Uma crise de saúde dessa magnitude envolve diversos atores: porta-vozes dos governos nacionais, estaduais e municipais, porta-vozes dos setores de saúde envolvidos, agentes de comunicação corporativa e relações públicas, e os veículos, intermediários e formadores de opinião que comunicam informações disponíveis. Mas há outro ator que nunca existiu neste tipo de crise até então: as comunicações online via redes sociais.
A comunicação se tornou uma verdadeira cascata de informações ampliadas, que definem a agenda da mídia. Mídia tradicional e redes sociais interagem constantemente.
Além disso, deve-se levar em conta que as redes sociais, com seu poder amplificador, tendem a polarizar informações, o que não é o ideal. Vemos exemplos disso todos os dias, com alguns se questionando a doença, enquanto outros dão opiniões agressivas e exageradas.
Analisando as comunicações durante crises de saúde anteriores, uma das mais recentes ocorreu em 2009, quando a gripe H1N1 apareceu em nossas vidas. Naquela época, o Facebook tinha um volume de usuários muito menor do que hoje – 350 milhões – e estava sob julgamento devido a invasão de privacidade de seus usuários, o que hoje não é mais uma grande preocupação.
A realidade mudou substancialmente e hoje o Facebook oferece às empresas uma maneira de estabelecer conexões significativas com as pessoas, a fim de mitigar o impacto do surto.
Em 2009, o Twitter estava em sua infância e, no final de novembro daquele ano, sua versão em espanhol havia surgido.
Atualmente, não apenas as forças sociais das duas redes sociais devem ser consideradas – com o Twitter se posicionando como uma rede social informativa -, mas outras redes como o Instagram têm o mesmo poder.
Mesmo antes da pandemia começar, conversávamos sobre “infoxicação” ou excesso de informação na mente das pessoas. Hoje informação é vital, unindo-nos ao mundo exterior. Aplicativos como WhatsApp, Skype e Zoom, entre outros, oferecem algo que se aproxima da normalidade: nos permite trabalhar em casa, participar de reuniões e aulas, e compartilhar momentos de união.
Nós redescobrimos que podemos comprar on-line de forma eficaz, que temos voz nas redes sociais e que podemos expressar preocupações que podem ecoar na mídia – em outras palavras, que a comunicação nunca mais será a mesma. A comunicação pós-pandemia diferirá radicalmente de nossas concepções anteriores, particularmente nas comunicações digitais e nas relações com a mídia.