De modo similar a alguns outros territórios brasileiros, a presença de índios, africanos e portugueses influenciou amplamente a culinária do Sudeste, por essa razão, alimentos como carnes, raízes, vegetais e grãos foram disseminados desde o século XIX na região. Todavia, a imigração subsequente de japoneses, italianos, sírios, espanhóis e libaneses, entre outros, transformou, no século seguinte, a culinária local em um verdadeiro misto de sabores, ingredientes e temperos. Por conta disso, é difícil definir quais são as comidas verdadeiramente provenientes do Sudeste, no entanto, pode se exemplificar algumas como Tutu à Mineira, Virado à Paulista e Moqueca Capixaba.
A proximidade com a Argentina, Uruguai e Paraguai fez com que a região Sul do Brasil tivesse um apreço por carnes, especialmente churrasqueadas, em particular no Rio Grande do Sul. Todavia, o que pouca gente sabe, é que o território tem uma mistura étnica bastante particular de culturas italianas, alemãs e até espanholas. No entanto, as comidas pelas quais os estados dessa região são mais famosos é, sem dúvida, o galeto, o barreado, arroz carreteiro e sopa catarinense, entre outros.
Hoje, apesar de toda essa diversidade culinária no Brasil, a cozinha brasileira deixou de ser, ao redor do mundo, somente uma comida exótica e pouco elogiada pelos grandes críticos mundiais e se tornou um dos pólos da gastronomia mundial.
Questionado sobre o assunto, o personal chef Mathias Marcondes afirmou que não só a culinária, bem como os chefs, estão se tornando mais e mais importantes internacionalmente. “Nos últimos anos ganhamos mais visibilidade, sem dúvida nenhuma, como pode ser visto com nossos chefs tendo ótimas posições no The World’s 50 Best, e a chegada do guia Michelin ao eixo Rio-São Paulo. Também é visível no fato de que o churrasco brasileiro está fazendo sucesso nos EUA e a multitude de receitas nacionais que são encontradas em sites de língua estrangeira”, afirmou.
A inovação que os cozinheiros e chefs de cozinha têm trazido para a gastronomia mundial tem sido algo exaltado até pelos grandes críticos. Muitos deles têm agradado os mais difíceis paladares, ao criar pratos que utilizem a culinária brasileira de modo novo e elegante. “Alguns dos pioneiros nisso são Jefferson Rueda, primeiro no Attimo e hoje na Casa do Porco Bar, Alex Atala, no Dom, e Helena Rizzo no Maní”, indica Marcondes. Um exemplo da revolução trazida pela gastronomia brasileira e como ela vem sendo exaltada internacionalmente é o caso do chef carioca, Raphael Rego, comandante da cozinha do restaurante parisiense Oka. No final de janeiro de 2019, ele recebeu sua, disputada, 2a estrela Michelin ao criar, justamente, um prato que mistura a culinária francesa com a brasileira, o foie gras com tucupi.
Com suas multifacetas, a gastronomia brasileira provou e continuando provando que está aqui para ser lida, vista e saboreada por todos os amantes da boa culinária.