Vencedor do prêmio Pulitzer em 2005 e responsável pela foto que simbolizou o drama da política zero tolerância de Donald Trump de separação de pais e filhos na fronteira entre EUA e México, o fotojornalista John Moore veio ao Brasil a convite da Getty Images, agência do qual é correspondente especial há 14 anos.
Como fotojornalista, Moore já fotografou em mais de 64 países e registrou conflitos que se tornaram históricos como a Guerra do Iraque, a crise do Ebola na África, a Primavera Árabe e o assassinato da líder da oposição paquistanesa e ex-primeira ministra Benazir Bhutto.
Nos últimos 10 anos, parte do seu trabalho se concentrou no registro da fronteira entre EUA e México e o resultado foi reunido no livro “Undocumented”. O interesse pela questão dos imigrantes, especialmente na fronteira entre EUA e México, começou depois que John Moore passou 17 anos morando no México no início da carreira como fotógrafo. Como ele viu de perto o drama do outro lado da fronteira, assim que voltou para seu país de origem, passou a fotografar os imigrantes sempre com uma responsabilidade pessoal de ser justo à realidade.
Preocupado com a humanidade que suas fotos transmitem e a forma como registra os imigrantes, John Moore fez questão de detalhar as fotografias de seu livro em inglês e espanhol para que os dois lados pudessem ler e entender. Essa, inclusive, é uma conduta ética que ele aplica sempre que está em ação: se conectar com as pessoas em nível pessoal antes de fotografá-las para que elas sintam que estão participando da cobertura (storytelling) ativamente e sendo retratadas dignamente.
“Girl Crying in the Border”, a foto que ficou famosa com mãe e filha hondurenhas na fronteira entre México e Estados Unidos, concorre como fotografia do ano no World Press Photo 2019, o prêmio mais importante do fotojornalismo mundial.
Com seus registros importantes e de grande impacto mundial, John Moore já recebeu o prêmio Pulitzer, o Robert Capa, o World Press Photo e o News Picture Story.
Em São Paulo, John Moore realizou duas palestras mostrando seu trabalho como correspondente especial da Getty Images no dia 19 de março, no EBAC. Um dos eventos foi para jovens do Instituto Criar e a conversa com os alunos sensibilizou o fotojornalista, que se disse impressionado com as perguntas e também interesse dos alunos na profissão e lado humanitário da fotografia.
O fotojornalista contou histórias dos seus quase 30 anos de carreira, principais coberturas, compartilhou fotografias premiadas e falou dos desafios recorrentes na profissão que lhe permite estar frente-a-frente com situações únicas.