Há anos, consumidores do mundo todo vêm atribuindo às empresas o papel de agentes sociais. Podemos considerar que a crença de que as corporações devem se limitar a prestar bem seus serviços e oferecer produtos de qualidade já caiu por terra. É nesse contexto que a Responsabilidade Social Corporativa (RSC) entra em cena, especialmente na América Latina.
É o que revela nossa última pesquisa a nível regional com mais de 3 mil pessoas, onde 81% dos entrevistados revelaram que a atitude das empresas em relação ao meio ambiente afetam sua opinião como consumidor.
Os projetos sociais também influenciam 72% das pessoas com quem conversamos, que declararam somente consumir de empresas socialmente responsáveis. Ainda, 73% afirmou não recomendar organizações omissas, evidenciando que a RSC não é uma mera formalidade e sim uma parte integral dos negócios.
A importância da Responsabilidade Social Corporativa também é presente no mercado de trabalho: cerca de oito em cada 10 (79%) dos respondentes disseram que jamais fariam parte de uma empresa sem uma cultura organizacional e atividade comercial éticas.
Já fora das organizações, observamos que porta-vozes de cunho político, celebridades, advogados e influenciadores são os que menos inspiram confiança em comunicações de RSC.
Por outro lado, cientistas e professores universitários, colaboradores e empresas e líderes de comunidades são os porta-vozes de maior credibilidade. Jornalistas ficam à frente de CEOs.
Observamos uma certa divergência no discurso de cada entrevistado perante às esferas que deveriam ser priorizadas pelas empresas. Alguns latino-americanos acreditam que a diminuição da poluição do ar seja mais urgente do que o combate à pobreza, por exemplo.
Quando perguntamos o que empresas poderiam fazer para ter um impacto positivo, cerca de 59% dos consumidores entrevistados responderam a produção e venda de produtos que não prejudiquem o meio ambiente, enquanto apenas 19% citou a doação de recursos para a caridade.
No entanto, há muito interesse no patrocínio de projetos comunitários, destacado por 30% das pessoas, além do apoio aos líderes de comunidades locais, apontado por 11%.
Os colombianos trouxeram maior preocupação com a poluição da água e do ar, indo além da média regional.
Já os brasileiros destacaram o combate à fome, além de uma cadeia de produção e venda amigável ao ambiente.
Os chilenos, por sua vez, deram mais atenção à comunicação inclusiva e menor importância às atitudes práticas das empresas para a sociedade e ao meio ambiente.
Quando conversamos com os peruanos, notamos um grande apreço pelas empresas que realizam eventos para engajar as comunidades, além da preocupação com a qualidade saneamento básico para a população local.
Mais ao norte, no México, as pessoas gostariam que as empresas divulgassem mais suas ações de RSC, ainda que não deem credibilidade à CEOs como porta-vozes destas atitudes.
A Argentina, por sua vez, é o país que dá menos importância à Responsabilidade Social Corporativa. No entanto, é o que dá maior importância à luta contra a pobreza.
Além de conversar com consumidores da América Latina, também conversamos com mais de 40 ONGs para entender como as empresas podem ajudá-las a viabilizar seus projetos sociais e ambientais. Confira nosso e-book gratuito e tenha acesso a mais dados e uma visão completa sobre Responsabilidade Social Corporativa.