Em sua iniciativa interna de consultorias para diversidade e inclusão, a Sherlock Communications têm se reunido com ONGs e instituições para aumentar suas ações afirmativas. Além da área de PR, as redes sociais são outro campo amplamente em foco – um espaço que se tornou uma “nova” dimensão da comunicação e que precisa ser acessibilizada.
Hoje, as redes sociais são uma extensão de qualquer empresa, negócio, marca. A presença online está consolidada no mundo em que vivemos, mas esse universo continua restrito para muitos. Felizmente, a cada ano, pessoas que estão na linha de frente pela acessibilidade ganham cada vez mais visibilidade sobre como tornar espaços inclusivos e plurais.
No Brasil, o diretor e roteirista Victor Di Marco consegue, através de seus vídeos, conscientizar contra o capacitismo na sociedade. Outro exemplo bem interessante de como trabalhar o ambiente digital como um espaço mais inclusivo, é o que faz Nathália Santos, cega e criadora de conteúdo.
No caso da Argentina, no ano passado, Fernando Galarraga foi nomeado Diretor da Agência Nacional de Pessoas com Deficiência (Andis). Ele é o primeiro cego a chefiar a entidade que determina benefícios e trabalha pelos direitos das pessoas com deficiência, que representa um acontecimento histórico no país e também mobiliza outros cidadãos por meio do Instagram.
No panorama das redes sociais colombianas, ainda falta uma representação dos influenciadores que falam da deficiência e dos desafios que ainda têm como colombianos. Poucos influenciadores falam em sua própria voz da deficiência, como Daniella Alvárez, ex-Miss Colômbia, que perdeu uma das pernas no início de 2020 e sua reabilitação foi sinônimo de esperança e fortaleza para os colombianos, outros como Felipe Betancourt Posada, empreendedora obcecada em trabalhar por um mundo mais inclusivo para pessoas com deficiência, estão trabalhando muito para fazer a diferença.
O porquê ampliar a diversidade e a inclusão nas redes sociais vai muito além do próprio interesse do produtor de conteúdo em “cumprir requisitos”. O direito à informação é algo básico à existência de todos mas, por uma visão fechada, muitas vezes não conseguimos enxergar outras realidades extremamente diferentes do que a que cada um enfrenta.
Já imaginou não entender o que falam no noticiário? Ou não poder ver a foto mais aclamada do ano no Instagram? Ou não entender aquele meme ou brincadeira da internet que todo mundo está comentando sobre? É, de alguma forma, uma exclusão, mesmo que seja inconsciente. Segundo o último censo do (IBGE), cerca de 45,6 milhões de brasileiros têm pelo menos um tipo de deficiência, e correspondem a, aproximadamente, 23,9% da população. Ainda assim, o Movimento Web para Todos, revelou que menos de 1% dos sites ativos brasileiros respeitam critérios de acessibilidade.
Na Argentina, a situação é bem parecida: cerca de 5 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência e quase 900.000 pessoas têm deficiências visuais.
Por outro lado, a Colômbia, apesar de avançar na promoção de políticas de inclusão e diversidade que permitam a implementação de ações concretas, sustentáveis e pertinentes que incluem as pessoas com deficiência, estas não contemplam as pessoas com deficiência visual, que são quase 4,1% dos população, de acordo com DANE. Por esse motivo, o Instituto Nacional de Cegos, INCI, atua ininterruptamente desde 1955 para garantir a educação inclusiva para a população com deficiência visual, disponibilizando material em braile a todas as crianças cegas do país, assessorando as secretarias de educação e adaptando textos educativos acessíveis para aprendizado.
E tudo bem se você só se deu conta dessa realidade agora, mas o importante é o que fazemos depois de ter contato com essa informação.
De modo mais simples, há algumas estratégias já sendo adotadas em redes sociais para viabilizar a acessibilidade, mas é preciso entender como fazê-las:
A hashtag #PraCegoVer se tornou um recurso muito usado em posts no Facebook, Instagram ou qualquer outra rede social, para descrição de imagem. E para o que serve? Bom, justamente para ajudar deficientes visuais a também consumirem um conteúdo assim como qualquer outra pessoa. No mundo digitalizado em que vivemos, notícias correm na internet em questão de segundos, e aplicar essa estratégia definitivamente colabora para uma inclusão melhor na sociedade. É possível adicionar a descrição tanto no texto do post, quanto de forma “escondida”, visível apenas para dispositivos com softwares ou aplicativos de leitura. A hashtag permite que as imagens sejam descritas de forma objetiva para que as pessoas cegas tenham acesso ao conteúdo visual.
Ao descrever imagens com a #PraCegoVer é imprescindível manter a descrição mais objetiva possível. Lembrando, excluir qualquer juízo de valor, como expressões como “bonito” e “feio”, também é importante. A ideia é realmente descrever detalhes do que se enxerga na foto, para ajudar deficientes visuais a “enxergarem” a realidade mais próxima do que é retratada.
E para promover a inclusão, as estratégias são amplas. Por exemplo, legendar vídeos é extremamente importante e contempla surdos falantes do idioma. Esse é um recurso realmente possível de ser usado para todos os conteúdos audiovisuais na internet, além de ter um grande impacto.
Além das legendas adicionadas por edição, há também a hashtag #PraCegoOuvir, lançada recentemente para que no Stories do Instagram, a comunidade cega e surda também consiga consumir esse tipo de conteúdo.
Entendendo a importância de ampliar a diversidade do conteúdo, essa funcionalidade permite aos usuários que publicarem vídeos no Stories, que antigamente não traziam a opção de legenda, escrevam o que foi dito verbalmente de uma forma amigável para os dispositivos que realizam a sua leitura.
O uso de hashtags em redes sociais se tornou parte de quase todo tipo de publicação. Para aprimorá-las e deixar o conteúdo mais objetivo, a dica para hashtags com mais de uma palavra é colocar letras maiúsculas para facilitar o entendimento do leitor. Por exemplo, ao invés de utilizar #sherlockcommunications, é preferível optar por #SherlockCommunications. Dessa forma, fica mais fácil distinguir onde as palavras começam e terminam, conforme os leitores de texto pronunciam cada palavra.
A internet como um todo está longe de estar perfeita quando o assunto é promover diversidade e inclusão. No entanto, muitas redes sociais têm trabalhado para criar recursos novos, melhores e mais inclusivos, conforme o tempo passa. Com tantas opções disponíveis nas palmas de nossas mãos, está sob nossa responsabilidade se informar e promover conteúdo que abrace e respeite o mundo plural no qual vivemos.