Energizando a paixão: a importância do marketing esportivo na América Latina

A América Latina é uma região marcada pela abundância de civilizações e culturas que remonta a milhares de anos. Contudo, apesar das enormes peculiaridades, o território latino compartilha uma grande paixão: os esportes.

Nesse contexto, podemos falar a respeito do marketing esportivo que, nos últimos anos, potencializou o esporte e entretenimento na região. O futebol pode ser considerado o exemplo mais prático, pois há uma legião de fãs que vai aos estádios, além das competições de maior destaque da América Latina.

Vale destacar que os finalistas da Libertadores e Sul Americana de 2021, que foram todas equipes brasileiras, fizeram um investimento pesado em patrocínios, marketing nas mídias sociais digitais e um controle rígido nas suas finanças para chegarem no ápice do sucesso e se tornarem exemplos para o restante da América Latina.

A América Latina não respira apenas futebol. Há outros esportes populares, como o basquete, que tem bastante aderência. A NBB (liga principal de basquete brasileira), que teve a sua primeira temporada em 2009, colocou os clubes brasileiros em destaque nas principais competições do território, rivalizando de maneira igualitária com as ligas da Argentina, México, Porto Rico, Uruguai e Venezuela. 

É importante ressaltar que na temporada anterior à pandemia, a liga atingiu ótimos picos de transmissões de seus jogos, chegando a ser o terceiro com mais espaço na televisão no ranking de esportes.

Por fim, tem o beisebol, esporte muito conhecido nos Estados Unidos, mas que tem muita influência da América Central e Caribe, pelo fato de importar muitos jogadores. De acordo com uma matéria do The New York Times de 2021, aproximadamente 30% dos jogadores eram latino-americanos, o que fez crescer a audiência nos países hispânicos da região. 

O marketing esportivo é a execução das estratégias e princípios do marketing em si como publicidade, promoções, patrocínios e branding para promover e comercializar produtos, serviços ou marcas relacionados ao ambiente esportivo geral. 

O foco é criar um vínculo emocional entre o atleta e seus respectivos fãs para aproveitar sua paixão e engajamento.

O modelo de marketing ligado ao cenário esportivo na região desempenha um papel vital na promoção dos mais variados esportes, na construção de marcas fortes, geração de receitas e no envolvimento de fãs que são muitos apaixonados. 

É também uma forma de desenvolver e capitalizar principalmente os jovens no esporte, já que a América Latina, desde o início do século XXI, vem sofrendo bastante com a insegurança pública. Assim, é a forma ideal de promover a inclusão social, aprimoramento da disciplina e respeito ao próximo. Contribui também para o crescimento econômico e a visibilidade regional.

Guaraná Antarctica

A América Latina tem ótimos cases de sucesso que são exemplos para os países da região como para os demais continentes. Aproveitando o momento da Copa do Mundo Feminina, o Guaraná Antártica lançou no “Dia Internacional da Mulher” deste ano uma plataforma para facilitar a inclusão de atletas do futebol feminino do Brasil em plataformas de games. 

A marca de bebidas desenvolveu uma coleção de avatares que incorporam as características distintas das jogadoras. Além disso, estabeleceram contratos destinados a facilitar negociações entre empresas, com o objetivo de promover a inclusão do público feminino na plataforma de jogos eletrônicos.

Gatorade

Cabe destacar também, a marca de isotônico Gatorade, que em 2020, promoveu a campanha de marketing “Goat Camp” (Treinamento para Atletas), que trazia nomes de peso do esporte mundial destacando dois da América Latina, o jogador de futebol argentino Lionel Messi e o corredor jamaicano Usain Bolt. 

O objetivo do vídeo era escolher os melhores atletas de cada esporte, incluindo o futebol e atletismo, a fim de colocá-los num centro de treinamento específico para serem no futuro os “melhores de todos os tempos”. A Gatorade queria destacar seu engajamento contínuo em colaborar e energizar a próxima geração esportistas a serem vencedores natos para seus respectivos países.

Red Bull

Outro case de sucesso na região foi a compra do clube do Bragantino pela empresa de energético Red Bull. A organização que já está à frente de clubes que são sucessos mundo afora como o Red Bull Salzburg, New York Red Bull e RB Leipzig, viu com muito bons olhos um investimento no país do futebol, o Brasil. 

Era a forma de solidificar o seu domínio no mercado brasileiro de bebidas, ainda mais no espaço que é a paixão nacional do brasileiro, se utilizando de campanhas de marketing no esporte brasileiro.

A compra do clube brasileiro ocorreu em 2019. E, já no mesmo ano, o Bragantino garantiu o acesso para a elite do futebol brasileiro do ano seguinte. Em 2021, conseguiu a primeira participação na final da competição internacional da Conmebol, a sul-americana, garantindo o vice-campeonato. Em 2022, participou da principal competição da América do Sul, a Copa Libertadores da América. 

O clube do interior de São Paulo já cresceu bastante com o investimento da empresa austríaca desde a sua compra, podendo já ser considerado um dos principais clubes do Estado, além de ser um exemplo a ser seguido no quesito finanças e planejamento, tanto para os clubes brasileiros como de toda a América Latina.

Independiente Del Valle de Ecuador

Por fim, destaca-se também o clube Independiente Del Valle do Equador que desde a década passada vem construindo um projeto muito sólido no futebol sul americano que pode credenciá-lo nos próximos anos um potencial clube de destaque na região.

O projeto do clube equatoriano desde o seu início lá em 2006, quando Michael Deller e Franklin Tello compraram a gestão foi unicamente mudar a identidade do time e melhorar a infraestrutura de centros de treinamento do Equador para desenvolver os jovens no futebol nacional. 

O resultado até agora é muito positivo pois o Del Valle já conquistou a liga nacional, duas Sul Americana, Recopa e chegou a uma final de Copa Libertadores ficando com o vice campeonato. Ressalta-se também que para a Copa do Mundo de 2022, a base do Equador era de jogadores formados na categoria de base do time. 

Desse modo, o Marketing esportivo na América Latina acaba sendo um dos atores principais para o desenvolvimento da região, pois há vastos caminhos para ser colocado em prática como: parcerias estratégicas, engajamento com a comunidade, criação de conteúdo atraente, ativação de marca em eventos, personalização e localização, uso de influenciadores entre outros para potencializar o envolvimento dos fãs, as empresas e as práticas esportivas.

Criar ações em cima dessas estratégias citadas acima é o melhor caminho para as empresas do ramo esportivo ou mesmo de outras especialidades se inserirem na cultura latina-americana, já que o esporte é tido para muitos países como parte integrante da sua cultura e identidade. 

As organizações podem se utilizar das comunidades locais para promover a ativação ou reconhecimento da sua marca através de patrocínios de competições ou mesmo criando eventos esportivos amadores para a participação das pessoas.

Isso tudo porque o esporte tem a notável capacidade de unir as pessoas, transcendendo barreiras culturais, sociais e linguísticas. Ao criar um ambiente de competição saudável e colaboração, o esporte proporciona um terreno comum onde as pessoas podem se conectar e interagir de maneira positiva.